ESTALÃO Nº144-FCI / 08.02.06 BOXER
ORIGEM: Alemanha
DATA DE PUBLICAÇÃO DO ESTALÃO ORIGINAL: 13/03/2001
FUNÇÃO ZOOTÉCNICA: Cão de Companhia, Protecção e Utilidade.
APARÊNCIA GERAL: O Boxer é um cão médio, de pelo curto, forte, com
estrutura curta, quadrada, de ossatura forte. A musculatura é fina,
vigorosamente desenvolvida. Com movimentos vivos, poderosos e nobres. O Boxer
não deverá ser desajeitado nem pesado, nem ligeiro ou com falta de substância.
PROPORÇÕES IMPORTANTES:
COMPRIMENTO DO CORPO/ALTURA À CRUZ: Estrutura quadrada, isto é, as
linhas delimitantes (uma horizontal ao dorso e duas verticais que tocam a ponta
do ombro e a ponta do ísquio respectivamente) devem formar um quadrado.
PROFUNDIDADE DO PEITO/ALTURA À CRUZ: O peito deve chegar aos codilhos; a
profundidade do peito corresponde a metade da altura à cruz.
COMPRIMENTO DO FOCINHO/COMPRIMENTO
DA CABEÇA: O comprimento da cana do nariz em relação ao comprimento do crânio deve
ser de 1 para 2 (medido da ponta do nariz até ao ângulo interior do olho e
desde o ângulo interior do olho ao occipital, respectivamente).
COMPORTAMENTO E CARÁCTER
O Boxer deve
possuir nervos sólidos, ser confiante, tranquilo e equilibrado. O seu carácter
é da máxima importância e requer uma consideração especial. O seu apego e
lealdade ao dono e a todo o agregado familiar, bem como a sua vigilância e
valentia inigualáveis como defensor são reconhecidos. É inofensivo para a
família mas desconfiado perante estranhos; alegre e amigável enquanto brinca
mas temível nos momentos de perigo. É fácil de educar, graças à sua disposição
natural para obedecer, instinto de presa e coragem, inteligência natural e capacidade
olfactiva. Pouco exigente e asseado, é tão agradável e apreciado no círculo
familiar como o é como cão de protecção e utilidade. O seu carácter é
fidedigno, sem falsidades nem malícia, mesmo numa idade avançada.
CABEÇA
É a cabeça que
confere ao Boxer o seu aspecto característico. Deve estar em perfeita proporção
com o corpo, não devendo parecer nem demasiado ligeira nem demasiado pesada. O
focinho deve ser cheio e poderoso. Seja qual for o ângulo pelo qual é vista, de
frente, por cima ou pelos lados, a cabeça nunca deve parecer demasiado pequena,
ou seja o focinho deve estar na proporção correcta com o crânio. Não deve
apresentar rugas excepto as pregas naturais que se formam na região craniana em
estado de alerta. A partir da base do nariz formam-se pregas, de ambos os
lados, sempre em sentido descendente. A máscara escura deve limitar-se ao
focinho, diferenciando-se notoriamente da cor da cabeça, para que a face não
pareça sombria.
REGIÃO CRANIANA
CRÂNIO: O crânio deve ser, na medida do
possível, estreito e angulado. Deve ser ligeiramente arqueado; não deve ser
redondo, nem curto, nem plano, nem demasiado largo. O occipital não deve ser
demasiado pronunciado. A marcação do sulco naso-frontal deve ser suave, não
devendo ser profunda especialmente entre os olhos.
STOP: A frente do crânio forma uma quebra
distinta com o focinho. A cana do nariz não se deve fundir com a frente do
crânio, como no caso do Bulldog, nem se deve apresentar em sentido descendente.
REGIÃO FACIAL
NARIZ: O nariz é largo e negro,
ligeiramente arrebitado, com narinas amplas. A ponta do nariz é mais alta que a
sua base.
FOCINHO: Deve ser poderoso e bem
desenvolvido nas suas três dimensões, nem pontiagudo ou estreito, nem curto ou
plano.
A sua
configuração é influenciada por:
1. forma do maxilar;
2. implantação dos caninos;
3. formato dos lábios;
Os caninos
devem estar tão distantes entre si quanto possível e possuir um bom tamanho
fazendo com que a parte dianteira do focinho se apresente larga, quase quadrada
e formando um ângulo obtuso com a cana nasal. A parte do maxilar inferior,
denominada mento, com o lábio curvado para cima, não deve, vista de frente,
projectar-se marcadamente sobre o lábio superior nem ficar escondida devendo,
pelo contrário, estar bem definida tanto de lado quanto de frente.
Os caninos e
incisivos do maxilar inferior não devem ser visíveis com a boca fechada, nem
tão pouco se deve ver a língua. O sulco naso-labial deve estar bem definido.
LÁBIOS: Os lábios completam a configuração
do focinho. O lábio superior é generoso e carnudo, preenche o espaço que
resulta do prognatismo próprio da raça e é suportado pelos caninos inferiores.
BOCA: A mandíbula sobressai ao maxilar
superior e é ligeiramente curvada para cima. O Boxer é prognata. O maxilar superior
é amplo à altura da região craniana estreitando apenas ligeiramente para a
frente. A dentição é forte e sã.
Os incisivos
devem estar implantados numa linha recta e ser tão regulares quanto possível.
Os caninos devem encontrar-se em separados entre si e ser de bom tamanho.
MASSETERES: Desenvolvidos proporcionalmente
à potência do maxilar, sem serem, no entanto, demasiado pronunciados. Fundem-se
com o focinho numa curva ligeira.
OLHOS: Escuros, não devendo ser nem
demasiado pequenos, nem protuberantes nem encovados. A sua expressão irradia
inteligência e energia não devendo ser ameaçadora. As pálpebras devem ser
escuras.
ORELHAS: Inteiras e de tamanho adequado,
implantadas bem distantes entre si no ponto mais alto do crânio. Em repouso caiem
junto à face devendo voltar-se para a frente formando uma prega bem definida
especialmente quando o cão está atento.
PESCOÇO
A linha superior descreve um arco elegante desde a nuca,
claramente marcada, até à cruz. Deve ser longo, redondo, forte e musculado.
CORPO:
Quadrado, apoiado em membros direitos e
sólidos.
GARROTE: Bem marcado.
DORSO: O dorso, incluindo a zona renal,
deve ser curto, sólido, recto, largo e musculado.
GARUPA: Algo inclinada, larga e só
ligeiramente arqueada. A pélvis deve ser comprida e larga, especialmente nas
fêmeas
TÓRAX: Profundo, chegando aos codilhos.
A profundidade do peito corresponde a metade da altura à cruz. Costelas bem
arqueadas mas não em forma de tonel, estendendo-se bem para trás.
LINHA INFERIOR: Descreve uma curva elegante.
Flancos curtos, fortes e ligeiramente elevados.
CAUDA:
A cauda é deixada natural. A inserção deve ser preferencialmente
alta.
MEMBROS:
QUARTOS DIANTEIROS: Vistos de frente devem ser de
ossatura forte e paralelos um ao outro.
OMBROS: Longos e oblíquos, ligados
firmemente ao corpo. Não devem ser demasiado musculados.
BRAÇO: Comprido, formando um ângulo
recto com a escápula.
COTOVELOS: Nem demasiado juntos, nem
demasiado afastados do tórax.
ANTEBRAÇO: Vertical, longo e bem musculado.
ARTICULAÇÃO DO CARPO: Forte e bem marcada, mas não
exageradamente.
METACARPO: Curto, quase perpendicular ao
chão.
MÃOS: Pequenas, redondas, fechadas
(mãos de gato), com almofadas plantares grossas.
QUARTOS TRASEIROS: Musculatura muito desenvolvida,
sobressaindo sob a pele. Os membros posteriores devem ser rectos vistos por
detrás.
COXAS: Longas e largas. Os ângulos
coxo-femural e tíbio-femural devem ser o menos obtusos possível.
JOELHOS: A sua colocação deve ser tão
adiante quanto possível de forma a tocar uma linha vertical traçada entre a
anca e o chão.
PERNAS: Muito musculadas.
CURVILHÕES: Fortes, muito marcados sem se
erguerem em ponta. O seu ângulo deve ser de aproximadamente 140 graus.
METATARSOS: Curtos com uma ligeira inclinação
de 95 a 100 graus em relação ao solo.
PÉS: Um pouco maiores do que as mãos.
Fechados e com almofadas plantares grossas.
MOVIMENTO: Vivo, poderoso e nobre.
PELE: Compacta, elástica e sem rugas.
PELAGEM
PÊLO: Curto, duro, reluzente e rente ao
corpo.
CORES: Fulvo ou Tigrado. O fulvo pode
ser de diferentes tons, desde o claro ao vermelho escuro veado, sendo as
tonalidades intermédias mais bonitas (cobre). Máscara negra. A variedade
tigrada apresenta estrias verticais, escuras ou negras sobre a base fulva nas colorações
atrás mencionadas. A cor base e as estrias devem diferenciar-se claramente
entre si. As marcas brancas não se devem desprezar, podendo considerar-se muito
atractivas.
TAMANHO E PESO
ALTURA À CRUZ:
Machos: 57 – 63 cm
Fêmeas: 53 – 59 cm
PESO: Machos: mais de 30 kg para uma
altura à cruz de cerca de 60 cm
Fêmeas: aproximadamente 25 kg para uma altura à cruz de cerca de 56 cm
DEFEITOS
Qualquer desvio dos critérios
anteriormente descritos deve ser considerado um defeito sendo a sua gravidade proporcional
ao grau de desvio verificado.
COMPORTAMENTO E CARÁCTER: Agressivo, malicioso, manhoso,
pouco fiável, com pouco temperamento, excessivamente tímido.
CABEÇA: Falta de nobreza e expressão
pouco típica, semblante tristonho, configuração tipo Pinscher ou Bulldog.
Babar-se excessivamente. Exposição dos dentes ou língua com a boca fechada.
Focinho muito pontiagudo ou esguio. Cana nasal descaída. Nariz castanho ou cor
de carne, trufa clara. Olhos de águia, terceira pálpebra despigmentada. Orelhas
inteiras mal placadas, erectas, semi-erectas ou em rosa.
Maxilar torcido, dentes oblíquos, alinhamento incorrecto dos dentes, dentes
pouco desenvolvidos ou débeis.
PESCOÇO: Curto, grosso, papada solta.
CORPO: Frente demasiado larga e baixa.
Dorso encarpado ou enselado. Zona renal arqueada ou comprida, estreita ou mal
ligada à garupa. Garupa descaída. Pélvis estreita. Flancos fracos. Ventre
descaído.
CAUDA: Inserção baixa, cauda partida ou
torcida.
ANTERIORES: Frente muito larga, ombros
soltos, cotovelos abertos, articulação do carpo débil, mãos de lebre, planas ou
abertas.
POSTERIORES: Musculatura fraca. Porteriores
pouco ou excessivamente angulados. Pernas delgadas em forma de sabre ou de
vaca. Posteriores fechados ou arqueados, jarretes de vaca, curvilhões
estreitos. Pés de lebre, planos ou abertos.
MOVIMENTO: Oscilante ou arrastado. Pouca
amplitude, movimento tipo andadura “pacing” ou cobrindo pouco terreno, passos rígidos.
COR: Máscara ultrapassando o focinho.
Estrias demasiado juntas ou demasiado esparsas. Cor de base negra. Cores
mescladas. Marcas brancas pouco atractivas, como por exemplo a cabeça
completamente branca ou toda branca de um dos lados. Outras cores, para além
das referenciadas, ou marcas brancas que excedam um terço da área corporal.
OBSERVAÇÕES: Os machos
devem apresentar dois testículos, de aspecto normal, bem descidos no escroto.